A música considerada na antiguidade, a ciência e arte que produzia um som agradável, é hoje um ritual de rompimento das regras.
A ‘administração da imagem’ tornou-se uma necessidade no comércio, indústria, política e relações interpessoais, tornando-se uma conversão de sinais subculturais (moda, múscia, etc.) em forma de artigo em massa. É pelos rituais de consumo, que a subcultura revela a sua identidade e comunica os significados.
O lado comercial da música é composto por certos elementos como: a performance, a imagem dos artistas e a letras das músicas. Há uma vinculação dos estilos musicais a identidades sociais definidas (etnicas, de grupo, de género, entre outras).
A música é contruída como um fetiche, preenchendo uma necessidade de identidade de grupo. Está ligado às tribos urbanas: jovens que só ouvem certos grupos de rock, e certas camadas da classe média que só ouvem música clássica aspirando status e distinção.
Os géneros populares são hoje híbridos (country, R&B, salsa, rock...) resultado da cultura mundial. É um trabalho de pesquisa dos compositores, para responder às pressões da inovação, da moda. A constante introdução de elementos exóticos permite uma ‘educação sentimental’. Exemplo disso são os fãs que passaram a ouvir música indiana através dos Beatles.
Blocos sonoros de musicas distantes são trazidos e submetidos a colagens musicais. Por exemplo, os tambores africanos introduzidos no rock.
A música pop e a moda têm uma relação íntima: a música tem um papel forte em lojas, e o vestir é uma parte central do significado da música pop.
O rock e o pop estão relacionados com o sexo, ritmo e batida, mas na moda o rock apresenta um desinteressse aparente - aparência antifashion.
A música é uma questão de género, os consumidores femininos (pop) são descritos como passivos, em contraste com a masculina do rock.
O que faz a música rock identificável é o libertar desejos reprimidos, revelar personalidade, a essência de raça, humanidade ou sexualidade obscura. Esta habilidade conduziu a certos atributos musicais – o grão de voz, as características de um desempenho ou corpo. Não é só o que eles cantam, mas o modo como cantam que determina que artistas nos dizem algo.
Performance que trabalha a uma distância do paradigma do rock masculino pode ser visto como musica gay.
Os artistas do novo pop incluíram um semiológico diferente: quietude, imobilidade, favorecendo o plástico, o artificial, o brilhante, o feminino, em cima do orgânico e o natural.
Finalmente foi publicado o artigo que eu escrevi para o blog da desigual.
No seu blog a desigual tem uma secção das cidades onde se encontra a marca e desta vez coube-me a mim a redacção de um texto sobre a nossa capital. Aqui está só a introdução, podem ler o artigo completo no blog desigual
Vivemos a era do triunfo do mercado, atribuindo-nos o estatuto de consumidores. Como tal, todos os dias repetimos ritualmente os aparatos do consumo.
No entanto, a sociedade em que vivemos conserva antigos modos de consumo à escala da rua, da vizinhança. A grande ameaça a essas velhas lojas são os grandes centros comerciais.
Existe uma tendência progressiva de concentrar em grandes superfícies a venda de todo o tipo de produtos. Os critérios são principalmente económicos: poupar custos ao vendedor e tempo ao comprador.
Será que os dois tipos de comércio conseguem viver simultaneamente?
Nos finais dos anos 80, aparecem os primeiros Pão de Açúcar, Continentes, Modelos, Pingos Doce, Minipreços...
As lojas de esquina e as mercearias começam a fechar. A estabilidade familiar dos comerciantes sofre perturbações, os filhos procuram sustento noutro lado e, assim, sem sucessores as lojas envelhecem e a clientela procura os locais da moda.
As aldeias, vilas e cidades estão a ficar descaracterizadas com o movimento de pessoas dos centros urbanos para as periferias, onde as máquinas de marketing os esperam com grandes áreas cobertas, lojas diversificadas, parques de estacionamento gratuitos, parques infantis, cinema etc., coisas que no comércio de rua não existem por falta de vontade, planificação e desenvolvimento.
Tudo é um espetáculo. Vende-se mais a imagem da mercadoria do que a própria mercadoria. O que ela proporciona em termos de significado, de valor simbólico é por vezes mais significativo do que a sua própria utilidade. È a lógica do parecer.
A loja é concebida como uma estratégia para criar necessidades a partir de um determinado produto.
Em Portugal, os novos estabelecimentos tiveram boa aceitação. Consideram um ambiente confortável e limpo, resultando num acto de lazer.
A abertura desenfreada de Centros Comerciais, cheia de empresas estrangeiras, está a asfixiar o Comércio Tradicional com o risco de perder dezenas de milhar de empregos na indústria transformadora.
As lojas pertencentes a cidadãos chineses que importam os seus produtos directamente da China, onde se trabalha 12 horas/dia, 6 dias/semana, 12 meses/ano, com salários extremamente baixos, é outra ameaça ao Comércio Tradicional.
As soluções passam pela “fidelização” de um consumidor selectivo - há que renovar e reconfigurar.
Revitalizar as áreas centrais, reforça a relocalização do comércio e induz novas dinâmicas sociais e actividades locais.
Para o consumidor, as novas formas de comércio trouxeram vantagens, principalmente ao nível dos preços e da variedade dos produtos, serviço pós-venda, etc.
Para o Comércio Tradicional evoluir e resistir num mercado com tanta concorrência, precisa de ser dinâmico, inovador e eficiente.
«O acto de meter na boca o que a terra produziu é talvez a interacção mais directa que temos com a terra.»
Lappé, Frances (Ecologista norte-americano)
A alimentação, além, de corresponder a uma função vital, já não visa apenas recuperar um estado geral de saúde, mas também, conservá-lo e melhorá-lo. O alimento é o espelho de uma cultura, de uma sociedade, mas também do indivíduo e do seu corpo.
A alimentação na nossa sociedade, outrora um elemento carregado de toda uma tradição, ligada a um sistema de valores tradicionais está hoje em crise. A população perde as suas referencias colectivas e tradicionais para responder aos seus desejos pessoais e à sensação de realização através do consumo.
Outrora, o indivíduo consumia principalmente os produtos da sua região. Actualmente, a produção regional diminuiu, dando lugar a uma produção mais dispersa geograficamente. Esta produção tem tendência para se diversificar e especializar, ao ponto de criar pratos prontos para consumo após 5 minutos no microondas. O alimento torna-se internacional e pré-cozinhado. Daí, a dificuldade em conhecer aquilo que se consome.
A globalização e abertura das fronteiras, permitiu uma troca de informações e conhecimentos culturais, nomeadamente a gastronomia própria de cada país. È assim, que podemos encontrar no hipermercado alimentos de outros países, permitindo-nos explorar outras gastronomias.
O alimento é qualquer substância que, depois de ingerida e transformada, proporciona ao organismo a matéria e a energia de que precisa para se manter vivo e saudável.
Na antiguidade o homem consumia os alimentos crus começando depois a aquecê-los o que lhes alterou o paladar e a aparência. Por fim, cultivou-os ou fabricou-os. Hoje os progressos de estudo da química dos alimentos permitem-nos conhecer e avaliar as transformações sofridas até os alimentos passarem a substâncias aptas à absorção orgânica.
Em 1990 iniciou-se a tendência para o aumento do tipo de alimentação fast-food ao mesmo tempo que se generalizou um sentido ecologista e crítico a este consumo.
Existem formas alternativas de alimentação que procuram o seu lado mais saudável e essencial, como são exemplos o vegetarianismo e a macrobiótica.
O indivíduo quer reduzir ao máximo o tempo que dedica aos actos obrigatórios, contrários à sua vontade pessoal.
O desejo do indivíduo moderno consiste em passar o mínimo de tempo possível numa cozinha ou a preparar refeições.
Deste modo, há que investir no acto de comer, voltando a considera-lo prazer e não, mais uma obrigação fisiológica.
Para contornar a questão do tempo disponibilizado na confecção das refeições há que envolver a família, estreitando as relações sociais, facto que se tem vindo a revelar complicado, devido ao diferentes ritmos dos elementos da família.